Título no Brasil: Corra que a Polícia Vem Aí!
Título Original: The Naked Gun
País: Estados Unidos
Direção: Akiva Schaffer
Roteiro: Doung Mand, Akiva Schaffer
Elenco: Liam Neeson, Pamela Anderson, Paul Walter Hauser
Nota: 3,5/5.0
Por Amanda Gomes
Confesso: até pouco tempo atrás, eu só conhecia Corra que a Polícia Vem Aí como “aquele clássico de comédia escrachada dos anos 80 e 90 que meu pai adorava”. Nunca tinha visto nenhum filme da série, e minha relação com Liam Neeson sempre foi mais “Busca Implacável” do que qualquer coisa remotamente cômica. Por isso, entrar na sessão do novo “Corra que a Polícia Vem Aí!” foi quase como visitar um lugar famoso pela primeira vez, você sabe que é importante, mas não faz ideia de como é estar lá.
O filme já começa chamando atenção pelo óbvio: Neeson, aos 73 anos, vivendo Frank Drebin Jr., um detetive que herdou as trapalhadas e o charme questionável do pai. Essa escolha que parecia improvável na teoria se mostra genial na prática: o ator mantém o olhar sério e o porte de herói de ação enquanto se joga nas situações mais absurdas possíveis. É como ver o Bryan Mills de “Busca Implacável” escorregando em cascas de banana e funcionar.
A trama, como aprendi ser de praxe na franquia, é apenas o pretexto para o desfile de piadas. Drebin Jr. precisa investigar um assassinato para salvar seu esquadrão e impedir que o legado do pai seja apagado, e no meio do caminho cruza com Billie, uma escritora que vira sua parceira improvável. A química entre os dois é surpreendentemente boa, e algumas das melhores cenas nascem dessa dinâmica, como um improviso de jazz que beira o surreal ou uma sequência com um boneco de neve que eu realmente não consigo descrever sem rir.
O humor aqui é rápido, às vezes bobo, às vezes genial, e cheio de detalhes escondidos que você só percebe se estiver prestando atenção ao fundo da cena. Akiva Schaffer, que já tinha mostrado faro para comédias meta em Tico e Teco: Defensores da Lei, entende o ritmo desse tipo de sátira e mantém o filme enxuto, com menos de 90 minutos. A cada piada, já vem outra atrás, e o filme não tem medo de brincar tanto com o politicamente incorreto quanto com trocadilhos bestas.
Outro ponto que me pegou foi como o longa atualiza o alvo das piadas. Se nos anos 90 o foco eram a política e os conflitos internacionais, agora os bilionários da Big Tech e a burocracia antiquada das instituições são o prato principal. É humor que sabe onde pisa no presente, mas sem perder o espírito brega e exagerado do passado.
No fim, para alguém que nunca tinha colocado um pé nesse universo, “Corra que a Polícia Vem Aí!” 2025 foi uma surpresa deliciosa. Não é só sobre resgatar uma franquia; é sobre provar que, mesmo em tempos de comédia em crise, ainda dá para rir muito quando alguém leva a piada a sério. E Liam Neeson, com toda a sua gravidade de herói de ação, é o guia perfeito nessa experiência.
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