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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Menina que via Filmes: O Apartamento [Crítica]
























Título Original: Le Client
Título no Brasil: O Apartamento
Data de lançamento 5 de janeiro de 2017 (2h 03min)
Direção: Asghar Farhadi
Elenco: Shahab Hosseini, Taraneh Alidoosti, Babak Karimi mais
Gênero Drama

Nacionalidades Irã, França
#6 criticado
#4 assistido

Para quem conhece o trabalho desse incrível diretor com filmes como A separação ( ganhador do Oscar de Melhor Filme estrangeiro) e O passado  já espera que o final seja de mais dúvidas do que de explicações. E foi incrível o como assistindo a esse filme eu me portei de uma forma como a protagonista sem notar detalhes que faziam toda a diferença, mas foi lendo outras críticas que percebi o quão errada eu estava.
Vamos aos pontos, Emad ( Shahab Hosseini) é um professor de ensino médio casado com Rana ( Tanareh Alidoosti), sem filhos, ela é uma dona de casa que nas horas vagas atua na peça que seu marido também trabalha, não fica claro se ganham algo com a peça ou se a fazem por amor à arte.
O filme começa com eles tendo que abandonar o apartamento grande onde vivem porque o prédio está com risco de desabamento, desesperados ele saem do local ajudando os vizinhos.
Emad tenta vender o carro que tem para conseguir um lugar para se mudarem, aparentemente os pais deles não moram perto, em nenhum momento são citados ou outros familiares. 
O dono do teatro e também ator da peça Babak ( Babak Karimi) oferece então sem custos ao casal um apartamento que tem no qual a antiga inquilina acabou de sair, o apartamento está em condições medianas mas é melhor do que nada, o casal avalia e agradece ficando no lugar.
Tudo é bem velho  e a vizinhança apesar de acolhedora faz muitas persguntas ao casal, o que dá margem para pensarmos logo mais os motivos de tantos questionamentos.




nande acontecimento que dá nome ao filme vai acontecer quando ela achando que é seu marido que está subindo aperta o botão para o portão abrir e deixa com que um desconhecido suba em sua casa.
A cena não é mostrada, mas a impressão que dá é de que ela foi estuprada, muito machucada ela vai parar no hospital sendo ajudada pelos vizinhos. 
Dali para frente o marido não tem um momento de carinho com a esposa para saber o que de fato houve, sua preocupação é com sua honra ferida, no momento do filme cheguei a culpá-la, porque na minha opinião ela tinha que ter ido à polícia, mas depois entendi que na cultura machista do país ela seria humilhada e mal vista  o homem pode ser que nada ocorresse com ele.
O marido passa então a procurar desesperadamente pelo carro do agressor e por ele, e aí devo dizer que o momento que descobrimos quem é, fica ainda mais chocante.
A antiga moradora era prostituta e recebia muitos homens, não era de fato atrás de Rana que o tal homem estava, mas agiu covardemente. 
A identidade quando revelada cria momentos de tensão, envolve quem gosta do tal monstro e o vê como uma pessoa do bem.
Tem que ver para sentir o quão cruel e necessário é o diretor em desconstruir imagens, em nos mostrar a verdade de seu país.
Palmas para esse filme.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Menina que via filmes : O passado [ Crítica]


Título Original: Le Passé
Título no Brasil : O passado
Ano > 2014
Direção : Ashgar Fahardi
Elenco : Berenice Bejo, Ali Mosaffa, 
País : França
Idioma : Francês
Censura: 12 anos
Duraçao : 2h 10 min



Este drama mostra a ruína da relação entre um marido iraniano e sua esposa francesa, vivendo na Europa. Após muitas disputas, ele abandona a família e os dois filhos para retornar ao seu país de origem. Quando a esposa pede o divórcio oficial, ele descobre que o pedido é motivado pelo fato de ela ter conhecido outro homem. Assim, sem demoras, ele retorna ao lar para confrontar a esposa e o novo pretendente dela.










Filmes " não americanos" me encantam pelo simples fato de que os diretores parecem ter uma atmosfera a parte, e não se engane achando que não gosto de filmes made in USA porque os amo, mas me fascina ver filmes como esse do cineasta iraniano Ashgar Fahardi, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro pelo maravilhoso A separação
Nesse filme conhecemos a vida de Marie ( Berenice Bejo) uma francesa de origem árabe que vive com as duas filhas do primeiro casamento e tem emprego de atendente na farmácia. O filme se passa em Paris, uma cidade muito diferente da que estamos acostumados a ver, ali não tem glamour, não aparece a Torre Eiffel, tudo é classe média e ponto. 
Marie está indo buscar o ex marido, o excelente ator Ali Mosaffa ( no papel de Ahmad) no aeroporto, ele está vindo do Irã para assinar os papéis do divórcio. Demoramos um certo tempo para entender quem dos filhos é filho de quem, e terminamos por entender que o antigo casal nem teve filhos, mas a filha dela mais velha Lucy e a mais nova adoram Ahmad como se fosse um pai. Aí entendemos lá pela metade do filme que ele é ex padastro das meninas e que o pai delas de verdade vive na Bélgica.
Tudo soa estranho e o filme pode soar como parado para quem gosta de cine pipoca, Ahmad acaba ficando hospedado na casa de Marie e descobre que a filha mais velha Lucy odeia o atual namorado da mãe, Samir, com quem ela está prestes a se casar e ainda levou um filho Faoud ( o menino é autor das melhores cenas do filme!) de 5 anos para viver com eles.

Sem saber como agir ele acaba virando conselheiro das crianças, aguentando os problemas da ex e descobrindo que ela está grávida do tal namorado que ainda nem se separou da esposa de verdade.
Drama familiar, carregado de dúvidas, é assim que o diretor nos apresenta um filme que é bom pelas atuações fantásticas e diálogos perfeitos, mas fica devendo no final. 
Por mais que com  o primeiro filme dele já soubéssemos que é fã do final " você decide", esse é muito mais carregado de questões sem resposta que podem mais incomodar do que agradar os espectadores.