segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Menina que via Filmes : A Garota Dinamarquesa [Crítica]

Título Original : The Danish Girl
Título no Brasil : A Garota Dinamarquesa
Lançamento 11 de fevereiro de 2016 (1h59min) 
Dirigido por Tom Hooper
Com Eddie Redmayne, Alicia Vikander, Ben Whishaw mais
Gênero Drama , Biografia

Nacionalidade EUA , Reino Unido , Alemanha








Favorito da maioria do público na disputa do Oscar desse ano, A Garota Dinamarquesa realmente emociona e foca em um tema que anda na moda - ou melhor dizendo, sendo mais aceito e discutido - , o transgênero. 
Desculpem se minha crítica levará mais para pontos pessoais, mas tenho observações que não me permitiram fazer desse filme meu favorito do ano.
Dinamarca, 1926, Einar ( Eddie Redmayne, fantástico como sempre) é um pintor jovem e famoso casado com a charmosa Gerda ( a atriz da vez : Alicia Vikander) , também pintora. Os dois são um casal fofo e apaixonado que andam querendo muito ter um filho e o maior problema é que ela não faz sucesso como ele. Em casa, transam, falam sobre as inspirações e volta e meia se entediam em festas da rica amiga Oola Paulson ( Amber Heard, lindíssima, a atual esposa de Johnny Depp) . Um belo dia a amiga não pode servir de modelo para Gerda que acaba pedindo para o marido colocar as meias e sapatos que ela usaria para ser pintada em quadro, ah sim,o vestido também é colocado por cima , e um nome é criado para quando ele vira sua modelo  : Lili. Pois bem, desperta ali uma mulher adormecida, e a fiel e amorosa esposa verá seu marido cada vez virando uma amiga que admira suas roupas, que as veste e que inclusive vai a uma festa fantasiado de mulher incentivado pela própria esposa. E é aí que entram alguns detalhes que eu, casada, não aceito que uma mulher ache comum. Tenho que entender que era o ano de 1926 e que tudo era um escândalo? Claro. Mas a esposa incentiva ele o tempo inteiro a virar mulher como se fosse uma brincadeira e só percebe que ele realmente está virando uma quando ele não sente mais desejo por ela.
Destaco a maravilhosa atuação de ambos, Redmayne se entrega ao papel e é uma Lili perfeita, um homem com o corpo errado que vai se descobrindo e vendo que está infeliz com o que Deus lhe deu, que dentro dele vive uma mulher adormecida que precisa sair do armário. Entendo ele ter se descoberto? Sim. Entendo a esposa amá-lo tanto que não se separa e fica do lado dele mesmo quando ele não a deseja mais? Acho que não. Gerda é a típica mulher daqueles tempos, submissa, fazendo as vontades de um marido que não quer mais ter esse papel. E talvez eu achasse natural se eles já estivessem separados e ele se descobrisse, mas não é o que ocorre e ele precisa dela tanto quanto ela precisa dele, mesmo sabendo que não o terá mais da forma que deseja. No fundo senti pena de Gerda o filme inteiro enquanto Lili ficava feliz com cada roupa feminina que colocava.
Me coloquei no lugar de Gerda e jamais acharia normal meu marido não me querer mais para virar mulher. Ajudaria e apoiaria um amigo, mas não quem me casei.
Há outras participações tão boas quanto no filme, como a de Ben Whishaw como Henrik, o homossexual que se apaixonará por Lili ( ou por Einar) e o galã belga Matthias Schoenaerts como Hans , o amigo de infância de Einar e agora doido pela esposa do amigo que não quer mais ela, mas ela nem ousa gostar de outro homem, vontade de entrar no filme e dizer " miga , sua loka...como assim?".
Sei que o principal do filme não é a esposa aceitar e apoiar e sim a descoberta de um homem que foi pioneiro em submeter se a cirurgia de mudança de sexo ( tão comum hoje na Tailândia) . Nesse quesito o filme cumpre seu papel , é intenso, é belo e forte ao mesmo tempo. Não saímos do cinema neutros. 

E o que dizer do amor de Gerda por seu marido? Há quem ache lindo e incentivador, eu vi com tristeza ela se anular por causa dele , talvez seja eu a errada que não ache que ela deveria ter ficado tão do lado dele, e sofrido mais . Ponto para o diretor e o roteirista que no final já não me fizeram mais pensar tanto nisso e sair apaixonada por Lili, Gerda e Hans. Filme incrível, assistam. 



5 comentários:

  1. Será que ela no fundo já não tinha pistas que dentro dele vivia uma alma aprisionada de mulher em um corpo masculino? Será que o amor dela era tão grande que ela se desapegou e colocou a felicidade dele em primeiro lugar? Vou assistir essa semana para debater com você.  

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  2. Acredito que a Gerda estava vivendo aquilo de "melhor ao lado que longe dele", ela sofreu bastante, mas foi a maior apoiadora de Einar/Lili... ela foi a melhor amiga que a Lili teve e acho que isto fez grande diferença nas decisões que ela tomou mais pra frente.

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  3. Então...quando vi a primeira vez sobre este filme nestas chamadas aos indicados ao Oscar, fui correndo procurar saber sobre o que se tratava.
    Continuo tendo uma opinião em cima do muro em relação a este assunto, Trans e afins..não consegui ainda saber ao certo o que penso. Ao mesmo tempo que respeito, acho meio errado isso de impor que seja normal..ou que sejamos obrigados a ver isso tão exposto hoje em dia, em novelas, filmes, ruas..Mas...é coisa minha!
    Quanto ao filme, é preciso sim falar do trabalho do casal. Do quanto deve ter sido difícil encarnar os personagens..e só pela atuação, o filme deva ser visto sim!
    E é o que farei!!!
    Beijo

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  4. Tenho que ver o filme para ter uma opinião concreta, não sei o que esperar dele.

    Beijos :)

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  5. Acho que esse filme vai dar MUITO, o que falar, primeiro que esse é um tempo que havia na época e persiste ate o momento, espero poder assistir logo, pois adorei a critica.

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